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Apenados de São Vicente do Sul confeccionam troféu do Prêmio Sema-Fepam de Jornalismo Ambiental

Na 1ª e 2ª edições do prêmio, as peças entregues aos finalistas já haviam sido feitas com trabalho prisional

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O Quero-quero é a ave símbolo do Rio Grande do Sul e do prêmio - Foto: Igor Almeida/ Ascom Sema
Por Paula Sória Quedi/Ascom SSPS

Os finalistas do 3° Prêmio Sema-Fepam de Jornalismo Ambiental 2025 – cujo tema é “Construindo juntos um futuro mais forte para o RS” – foram conhecidos nesta terça-feira (7/10). E, assim como nas duas primeiras edições, os vencedores receberão troféus confeccionados por meio de trabalho prisional. 

O secretário da SSPS, Jorge Pozzobom, vê em oportunidades como essa uma forma efetiva de ressocialização. “É uma iniciativa que permite colocar a criatividade e a habilidade de apenados em prática, mostrando que todos são capazes de se reinventar, de mudar suas trajetórias de vida”, destaca.

O convite para que apenados do Presídio Estadual de São Vicente do Sul, administrado pela Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS), elaborassem os troféus, partiu da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). A ideia foi aliar conscientização ambiental - os materiais utilizados são todos reaproveitados - e social - oportunizando a inclusão por meio do trabalho. Além disso, a iniciativa reduz custos públicos.

“Neste ano, cada peça é única — uma obra exclusiva produzida a partir de azulejos reaproveitados que retratam o Quero-quero, símbolo do Rio Grande do Sul. Essa criação reflete a força e a resiliência do povo gaúcho, especialmente após as enchentes de 2024. Estamos reconstruindo um Estado melhor, mais adaptado e resiliente, e este troféu simboliza exatamente isso: a capacidade de transformar o que seria descartado em arte, significado e esperança”, ressalta a titular da Sema, Marjorie Kauffmann.

Neste ano, o Quero-quero, ave símbolo do Rio Grande do Sul e do prêmio, conhecida como Sentinela dos Pampas, foi reproduzido com o uso da técnica de mosaico, valorizando a sustentabilidade por meio do reaproveitamento de azulejos que restaram de casas atingidas pelas enchentes de 2024.

Exposição na Fecobat chamou atenção para o artesanato produzido por detentos de São Vicente do Sul

Em julho, os artesanatos produzidos por apenados de São Vicente do Sul foram expostos na Feira Estadual de Comércio da Batata Doce (Fecobat). As peças chamaram a atenção da comunidade pelo cuidado na estética e, principalmente, pela criatividade. 

Lauricio da Silveira Conterato, diretor da penitenciária, conta que muita gente se surpreendia ao saber que as peças eram confeccionadas por pessoas privadas de liberdade. “O convite para alguns reeducandos com destaque na produção artesanal confeccionarem os troféus veio algumas semanas depois”, lembra.

Em visita à unidade, a Coordenadora Técnica da 2ª Região, Adriana Rosa, compartilhou a proposta de convidar alguns reeducandos com destaque na produção artesanal para o desafio, aceito pelos internos selecionados com entusiasmo. “Cada peça foi feita com cuidado e significado. E mais do que troféus, o que eles entregaram foi uma mensagem: de que mesmo em privação de liberdade, é possível produzir peças com qualidade técnica e dentro do prazo estabelecido. Uma experiência que evidencia a importância de ações que valorizam o potencial das pessoas privadas de liberdade”, enfatiza Conterato.

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Apenado de São Vicente do Sul trabalha na confecção de troféu - Foto: Ascom SSPS

Na 1ª e 2ª edições do prêmio, as peças entregues aos finalistas já haviam sido feitas com trabalho prisional. Em ambas as ocasiões, apenados do Complexo Prisional de Canoas elaboraram os troféus. A primeira foi uma escultura entalhada em madeira de reaproveitamento; a segunda, uma peça confeccionada reutilizando sucata de eletrônicos.

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