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Bochas paralímpicas produzidas com mão de obra prisional em Ijuí são doadas à Federação das Apaes do RS

Os itens serão distribuídos para outros municípios e utilizados por pessoas com deficiência para treinos

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26110313-260325bochas - Foto: Joao Pedro Rodrigues/ Ascom SSPS
Por Rafaela Pollacchinni/Ascom SSPS

Cinquenta kits de bochas paralímpicas fabricadas por quatro apenados da Penitenciária Modulada Estadual de Ijuí (PMEI) foram entregues à Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Feapaes) do RS nesta terça-feira (25/3), no estabelecimento prisional. A Feapaes distribuirá os itens a instituições de outros municípios para que sejam utilizados em treinos, como meio de ampliar o acesso ao esporte entre as pessoas com deficiência.

O secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo, Luiz Henrique Viana, destacou que este é um projeto de reintegração social que busca estimular habilidades e criar oportunidades. “Aqui, por meio da oficina de bochas paralímpicas, além de aprender um ofício, as pessoas privadas de liberdade estão exercendo a solidariedade. Não é apenas uma oficina, mas, também, um caminho para ressignificar as vidas de quem está cumprindo a pena e de quem receberá os artigos aqui produzidos."

Iniciada em agosto de 2024, a produção das bochas ocorreu de modo artesanal, formada por algumas etapas. Em um primeiro momento, foram costurados os pedaços do tecido que forma a bocha. Depois, dois tipos de polietileno – um para dar volume e o outro para alcançar o peso específico – foram pesados para preencher o item. Em seguida, foi feito o fechamento de cada uma e, para finalizar, um soprador térmico foi usado para tirar qualquer deformidade que tenha permanecido no decorrer da produção.

-Foto: João Pedro Rodrigues/Ascom SSPS

"É emocionante este evento, pois alcança dois grupos, que, muitas vezes, são difíceis de serem enxergados. E é muito importante para nós da Apae, porque é uma magia na vida deles, é sobre dignificar o ser humano", destacou o presidente da Apae de Ijuí e representante Feapaes, Alailton Xavier.

Os apenados que atuaram na fabricação dos kits foram beneficiados com a remição de um dia da pena a cada três trabalhados, conforme prevê a Lei de Execução Penal (LEP). A PMEI é referência em trabalho prisional na região e oportuniza outras diferentes oportunidades de atividades laborais voltadas às pessoas privadas de liberdade.

O superintendente da Polícia Penal, Luciano Lindemann, a diretora da PMEI, Darlen Bugs, e o delegado da 3ª Região Penitenciária, Irineu Koch, acompanharam a entrega.

A bocha paralímpica é adaptada para pessoas com deficiência e, além de ampliar o acesso ao esporte, visa melhorar a capacidade física e as habilidades motoras dessa parcela da população. A bocha é um dos esportes em que homens e mulheres competem juntos e pode ser praticado de forma recreativa ou competitiva e como atividade física educativa. Além disso, desde 1984, é uma das modalidades dos Jogos Paralímpicos.

Desenvolvimento da ação

Há cerca de cinco anos, a partir da procura de entidades que lidam com pessoas com deficiência por parceiros para confeccionar as bochas, a PMEI passou a desenvolver estudos para produzir os itens com um valor mais acessível do que o encontrado no mercado. Esse processo, que durou um ano, envolveu testes com diversos materiais, para alcançar o tamanho e o peso ideais. Um kit de bochas paralímpicas custa, em média, R$ 1 mil – no estabelecimento prisional, o preço é de R$ 100.

Para iniciar a confecção, a unidade conseguiu uma parceria com a empresa 3tentos para financiar o projeto, intermediada pela Apae do município, em 2024. Com o recurso de R$ 5 mil, foi possível comprar os materiais necessários para a fabricação de 50 kits, que são compostos por 13 bochas cada. 

Texto: Rafaela Pollacchinni/Ascom SSPS

Polícia Penal