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Presos em Charqueadas realizam atividades em serraria e geram desenvolvimento local

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Serraria viabiliza trabalho para 20 apenados - Foto: Neiva Motta

A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e a Resital Indústria e Comércio de Madeira viabilizam trabalho para cerca de 20 presos do complexo penitenciário de Charqueadas na serraria da empresa. Os detentos produzem peças para trilhos de trem e paletes (espécie de estrados) na unidade instalada na área da Colônia Penal Agrícola. De acordo com o titular da 9ª Delegacia Penitenciária Regional (DPR), Celser Uchaski, há expectativa de ampliação de mais 10 vagas com a construção de um novo galpão anexo à serraria. "A idéia é chegar à produção de 4 mil peças de paletes e dormentes por mês", informa. O início das obras está previsto ainda para o mês de julho.

Dormentes e paletes

Os dormentes são peças em madeiras que compõe a base dos trilhos dos trens. As peças montadas são comercializadas em São Paulo, Minas Gerais e em todo o Rio Grande do Sul. A produção fica em torno de 2 mil unidades por mês. Já os paletes têm a função de movimentar cargas pesadas através de empilhadeiras e paleteiras. A vantagem do uso desse ítem é obter rapidez na estocagem e movimentação das cargas, entre outros.

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Os detentos produzem dormentes e paletes

Depoimento

O apenado J.V, 40 anos, que trabalha na serraria há um ano, conta que, não fosse a possibilidade de trabalhar na prisão, teria muitas chances de voltar a reincidir no crime e de tentar fugir. "Essa oportunidade de trabalho me fez sentir valorizado e com a renda que ganho aqui ajudo no sustento de minha mãe", diz o detento, que domina máquinas como a estopadeira (de corte) e a refiladeira (que trabalha as laterais da peça).

Presídios e desenvolvimento

Levantamento feito pela 9ª DPR aponta que os investimentos nos Protocolos de Ação Conjunta (PACs), que possibilitam a utilização de mão de obra prisional por empresas, garantem resultados positivos para a cidade de Charqueadas. Os benefícios trazidos envolvem a aquisição de matérias-primas e a compra e venda de peças e insumos, gerando arrecadação mensal de R$ 15 mil em impostos para o município.

Segundo o servidor da Susepe Cesár Duarte dos Santos, autor do estudo na 9ª DPR, já foram investidos mais de R$ 2 milhões em 2012 para iniciar atividades de trabalho prisional na Colônia Penal Agrícola - além dos PACs do Instituto Penal de Charqueadas, que também já movimentaram mais de R$ 1 milhão para entrar em funcionamento. "Se compararmos com outras cidades, Charqueadas apresenta índices de criminalidade bem abaixo de outras, pois há uma circulação maior de agentes de segurança pública", analisa. Os trabalhos elencam desde a montagem de peças de informática, costuras de bolas, confecção de uniformes até as atividades em serraria. O município de Charqueadas abriga, atualmente, quatro penitenciárias do regime fechado e três institutos penais do regime semiaberto.

 

Neiva Motta
Assessoria de Comunicação da Susepe

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