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Programa de combate às drogas no Central apresenta resultados positivos

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Apenados em tratamento contra drogas no Central - Foto: Neiva Motta

O Presídio Central de Porto Alegre é a maior casa prisional da América Latina, e tem ala para dependentes químicos funcionando desde abril, deste ano. O programa de tratamento aos usuários de drogas, no ambiente prisional, vem apresentando resultados satisfatórios para a equipe de atendimento da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).

O nome do programa intitulado Luz no Cárcere: Abrindo as portas para um novo futuro foi idealizado pelos presos em tratamento, após votação entre vários nomes sugeridos.

O presídio possui 4.594 detentos, enfrenta problemas relacionados à superlotação, mesmo assim, os dependentes têm tido elevados índices de recuperação. O programa é experimental no Estado e atende demandas de usuários de álcool e outras drogas.

A assistente social Elana Maria Domingues Troglio e a psicóloga Ana Paula Uberti,  da Susepe, realizam atendimentos individualizados, onde cada preso tem seu plano de tratamento terapêutico cujo ingresso no projeto se dá pela busca espontânea. Além disso, conta com atividade em grupo para os familiares.

A primeira etapa do tratamento ocorre com a triagem realizada pela psicóloga da Central de Regulação de leitos da Susepe.

A segunda fase é a desintoxicação, de 21 dias, no Hospital Vila Nova. E a terceira etapa, após regressar ao PCPA, envolve acompanhamento e intervenção realizada ao detento que vai se alojar na galeria E1, destinada prioritariamente a esse fim.

Para Ana Paula Uberti, já é possível observar mudanças de comportamento nestes seis meses de implementação do programa. “O sentimento de revolta no cárcere, dá espaço ao uso do tempo para voltar-se a um plano de vida palpável, onde o apenado passa de assujeitado para ser sujeito na própria existência”, analisa a psicóloga.

Os detentos participam de atividades em grupo que envolvem palestras, debates e orientação aos familiares dos presos.

De acordo com a assistente social Elana Troglio, as iniciativas de realizar atividades de tratamento para aos usuários de drogas são limitadas. “as demandas absurdas de determinações judiciais e número reduzido de técnicos são algumas das dificuldades que enfrentamos para que se tenha um maior número de vagas no programa ”, diz.

Mesmo assim, explica, esse projeto vem ao encontro das ações do Departamento de Tratamento Penal (DTP) da Susepe, e busca alternativas para a inserção do preso na sociedade. “Parte destes detentos viviam em condições de miserabilidade sem sequer exercer seu direito de cidadania, e hoje, o quadro é outro”, afirma Elana.

As idealizadoras do programa Luz no Cárcere avaliam que é precoce chegar a uma conclusão quanto à eficácia desse projeto, devido o pouco tempo de existência, no entanto, são visíveis as transformações que vêm ocorrendo, tanto em comportamento quanto na aparência dos presos que se distanciam do consumo de drogas, diariamente.  “também se observou elevação da autoestima, valorização da vida, resgate dos vínculos familiares, entre outros”, afirma.

O apenado A.B., de 31 anos comemora os resultados. Usuário de drogas desde os 12 anos, ele disse que sua família já percebeu que sua aparência está bem melhor. “Estou neste programa desde o início, e mudou minha vida no cárcere, pois já fui presos várias vezes por drogas e esse programa de tratamento é minha vida”, afirma.

Neiva Motta

Assessoria de imprensa da Susepe

 

 

 

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