Pessoas privadas de liberdade assistem a documentário sobre projeto de leitura e escrita dentro do sistema prisional catarinense
Obra será exibida em quatro unidades prisionais do Rio Grande do Sul
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Cerca de 15 pessoas privadas de liberdade do Presídio Feminino Madre Pelletier assistiram ao documentário Palavra Presa, que aborda projetos de leitura e escrita dentro do sistema prisional de Santa Catarina, na tarde desta quinta-feira (26/9). A iniciativa é promovida pela Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS) e pela Polícia Penal, em parceria com a realizadora do filme, Ilaine Melo.
A obra também será exibida para apenados da Penitenciária Estadual de Porto Alegre (Pepoa), da Penitenciária Feminina de Guaíba e da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados de Porto Alegre.
O filme trata sobre como a leitura e a escrita se tornaram uma importante forma de expressão e liberdade para quem está preso. Realizado pela IPÊ Produções e CPU Filmes, o longa-metragem apresenta a jornada de João Marcos Buch durante sua atuação como juiz de direito penal, com foco nas medidas adotadas na cidade de Joinville, em Santa Catarina, voltadas à população prisional.
Após a exibição, a diretora do filme conduziu uma roda de conversa com as apenadas. Ilaine explicou como foi o processo de desenvolvimento do filme, que foi iniciado em 2017 e concluído em 2023. Desde fevereiro deste ano, o documentário está em circulação.
“Estamos fazendo uma campanha de impacto, com exibição e depois um bate-papo em forma de debate em torno do tema que traz o Palavra Presa. Eu acho que o filme traz uma denúncia de um sistema, como diz o João, falido, mas que a gente vai lutando para manter o mínimo de dignidade dentro dele, em todo o Brasil. Mas ele também deixa uma luz, uma esperança”, explica a diretora do documentário. Ilaine ainda destacou que essa foi a primeira vez que o filme foi exibido em uma unidade prisional.
As apenadas puderam tirar dúvidas sobre a produção, compartilhar experiências pessoais de dentro do sistema prisional e fazer comparativos de realidade entre o que foi mostrado no documentário e as vivências no Rio Grande do Sul.
Acompanham as atividades as servidoras do Departamento de Políticas Penais da SSPS Débora Ferreira e Márcia Lima, da Assessoria Técnica da SSPS Monique Lucero, as representantes do Departamento de Tratamento Penal (DTP) da Polícia Penal Rosane Lucena, Louise Calixto e Carolina Reis, a representante da Assessoria Jurídica da Polícia Penal Ana Lemos, além de servidores das unidades.